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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O JUGO LEVE

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
O CRISTO CONSOLADOR

O JUGO LEVE

1.         Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve. (São Mateus, cap. XI. v.28, 29,30)

2. Todos os Sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres queridos, encontram sua consolação na fé no futuro, na confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele, ao contrário, que não espera nada depois desta vida, ou que duvida simplesmente, as aflições se abatem como todo seu peso, e nenhuma esperança vêm suavizar-lhe a amargura. Eis o que levou Jesus a dizer: vinde a mim, todos vós que estais fatigado e eu vos aliviarei.
         Entretanto, Jesus coloca uma condição à sua assistência e à felicidade que promete aos aflitos: essa condição está na lei que ensina; seu jugo é a observação dessa lei; mas esse jugo é leve e essa lei é suave, uma vez que impõem por dever o amor e a caridade.

sábado, 15 de outubro de 2011

SEDE PERFEITOS

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
SEDE PERFEITOS


Caracteres da perfeição – O homem de bem, - Os bons espíritas. – Parábola do Semeador. – Instruções dos Espíritos: O dever. – A virtude. – Os superiores e os inferiores no mundo. – Cuidar do corpo e do espírito.

CARACTERES DA PERFEIÇÃO

1. Amai os vossos inimigos; fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e que vos caluniam; porque se não amais senão aqueles que vos amam, que recompensa com isso tereis? Os públicanos1 não fazem também? E se vós não saudardes senão vossos irmãos, que fazei nisso mais que os outros? Os pagãos não o fazem também? Sede, pois, vós outros, perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito. (São Mateus, cap. V.v.44, 46, 47,48).
1. Não podiam servir de testemunhas ou juizes, sendo excluídos da sinagoga.  Aos olhos da comunidade judaica, essa desonra estendia-se até suas famílias. (fonte: NVI). No entanto nas suas atitudes relatadas nas escrituras fica explícita a disposição em arrependerem-se: alguns iam ao encontro de João Batista se batizavam.

2. Uma vez que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta máxima: “Sede perfeitos como vosso Pai celestial”, tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de se atingir a perfeição absoluta. Se fosse dado à criatura ser tão perfeita quanto o Criador, ela tornaria-se-lhe-ia igual, o que é inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus se dirigia não teriam compreendido essas nuanças; ele se limitou a lhes apresentar um modelo e lhe disse para esforçarem por alcançá-lo.
         É preciso, pois, entender, por essas palavras, a perfeição relativa, aquela da qual a Humanidade é suscetível, e que mais à próxima da Divindade.  Em que consiste essa perfeição?  Jesus o disse: “amar os inimigos, fazer o bem àqueles que nos odeiam orar por aqueles que nos perseguem”. Ele mostra, assim, que a essência da perfeição é a caridade em sua mais larga acepção, porque ela implica a prática de todas as outras virtudes.
         Com efeito, observando-se os resultados de todos os vícios, e menos dos simples defeitos, se reconhecerá que não há nenhum que não altere, mais ou menos, o sentimento da caridade, pois todos têm seu princípio no egoísmo e no orgulho, que são sua negação; porque tudo o que superexcita o sentimento da personalidade, destrói, ou pelo menos enfraquece, os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. O amor ao próximo, levado até ao amor dos inimigos, não podendo se aliar com nenhum defeito contrário à caridade é por isso mesmo, sempre o indício de maior ou menor superioridade moral; de onde resulta que o grau da perfeição está na razão direta da extensão desse amor; por isso Jesus, depois de ter dado aos seus discípulos as regras da caridade naquilo que ela tem de mais sublime, lhes disse:
“Sede, pois perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito”.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS - I/III

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS
PARTE I


            14.  Venho, meus irmãos, meus amigos, trazer meu óbolo1 para vos ajudar a marchar corajosamente no caminho do aprimoramento em que entrastes. Nós nos devemos uns aos outros; não é senão por uma união sincera e fraternal entre Espíritos e encarnados que a regeneração será possível.
            Vosso amor aos bens terrestres é um dos mais fortes entraves ao vosso adiantamento moral e espiritual; por esse apego à posse, suprimis vossas faculdades afetivas em as transportando sobre as coisas materiais. Sede sinceros; a fortuna dá uma felicidade sem mácula? Quando vossos cofres estão cheios, não há sempre um vazio no coração? No fundo desse cesto de flores não há sempre um réptil escondido? Compreendo que o homem que, por trabalho assíduo e honrado, ganhou a fortuna, experimente uma satisfação, de resto, bem justa; mas, dessa satisfação, muito natural e que Deus aprova, a um apego que absorve todos os outros sentimentos e paralisa os impulsos do coração, há distância; tão distante quanto da avareza sórdida à prodigalidade exagerada, dois vícios entre os quais colocou Deus a caridade, santa e salutar virtude que ensina ao rico dar sem ostentação, para que o pobre receba sem baixeza.
            Que a fortuna venha de vossa família, ou que haveis ganho pelo vosso trabalho, há uma coisa que não deveis jamais esquecer: é que tudo vem de Deus e retorna a Deus. Nada vos pertence sobre a Terra, nem mesmo vosso pobre corpo: a morte dele vos despoja, como de todos os bens materiais; sois depositários e não proprietários, disso não vos enganeis; Deus vos emprestou, deveis restituir, e ele vos empresta com a condição de que o supérfluo, pelo manos, reverta para aqueles que não têm o necessário.
            Um dos vossos amigos vos empresta uma soma; por pouco que sejais honesto, tereis o escrúpulo de pagá-la, e lhe ficareis agradecido. Pois, bem, eis a posição de todo homem rico; Deus é amigo celeste que lhe empestou a riqueza; não pede para ele senão o amor e o reconhecimento, mas exige que a seu turno, o rico dê também aos pobres que são seus filhos tanto quanto ele.
            O bem que Deus vos confiou excita em vossos corações uma ardente e louca cobiça; haveis refletido, quando vos apegais imoderadamente a uma fortuna perecível e passageira como vós, que um dia virá em que devereis prestar contas ao Senhor do que vem dele? Esqueceis que, pela riqueza, estais revestidos do caráter sagrado de ministros da caridade na Terra para dela serdes os dispensadores inteligentes? Que sois, pois, quando usais em vosso único proveito daquilo que vos foi confiado, senão depositários infiéis? Que resulta desse esquecimento voluntário de vossos deveres? A morte inflexível, inexorável, vem rasgar o véu sob o qual vos escondíeis, e vos força a prestar contas ao amigo que vos havia ajudado, e que, nesse momento, se reveste para vós, com a toga de juiz.
1.      Óbolo (em grego antigo: ὀβολός, plural ὀβολοί - obolós, pl. oboloí) foi uma moeda de menor valor (sexta parte de uma dracma) na Grécia Antiga.
Era costume grego colocar uma moeda, chamada óbolo, sob a língua do cadáver, para pagar Caronte pela viagem. Se a alma não pudesse pagar ficaria forçosamente na margem do Aqueronte para toda a eternidade, e os gregos temiam que pudesse regressar para perturbar os vivos.
Hoje, um óbulo é tratado como uma pequena contribuição em dinheiro.

Óbolo com retrato de Demétrio I, Báctria.
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93bolo

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS - II/III

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS
Parte II/III

         È em vão que na Terra, procurais vos iludir, colorindo egoísmo; que chamais economia e previdência o não é senão cupidez e avareza, ou generosidade o que não é senão prodigalidade em vosso proveito. Um pai de família, por exemplo, se absterá de fazer a caridade, economizará, amontoará ouro sobre ouro, e isso, diz ele, para deixar aos seus filhos o máximo de bens possível e lhe evitar cair na miséria; é muito justo e paternal, convenho, e não se pode censurá-lo por isso; mas está aí sempre o único móvel que guia? Não é frequentemente, um compromisso com sua consciência para justificar, aos seus próprios olhos e aos olhos do mundo, seu apego pessoal aos bens terrestres?
Entretanto, admito que o amor paternal seja seu único móvel; é um motivo para esquecer seus irmãos diante de Deus? Quando ele mesmo já tem o supérfluo, deixará seus filhos na miséria porque terão um pouco menos desse supérfluo? Não é lhes dar lição de egoísmo e endurecer seus corações? Não é sufocar neles o amor ao próximo? Pais e mães estais em grande erro se credes com isso aumentar a afeição de vossos filhos por vós; em lhes ensinando a ser egoísmo para com os outros, os ensinais a sê-lo para com vós mesmos.
         Quando um homem trabalhou bastante, e com suor de seu rosto amontoou bens, vós o ouvis, frequentemente dizer que quando o dinheiro é ganho se lhe conhece melhor o valor; nada é mais verdadeiro; Pois bem! Que esse homem que confessa conhecer todo o valor do dinheiro, faça a caridade segundo seus meios, e terá mais mérito do que aquele que, nascido na abundância, ignora as rudes fadigas do trabalho. Mas se, ao contrário, esse mesmo homem, que lembra suas penas, seus trabalhos, for egoísta, duro para com os pobres, é bem mais culpado do que os outros; porque, quanto mais se conhece por si mesmo as dores ocultas da miséria, mais se deve procurar aliviá-las nos outros.
         Infelizmente, há sempre no homem de posses um sentimento tão forte que o apega à fortuna: é o orgulho. Não é raro ver-se o felizardo atordoar o infeliz que implora sua assistência com o relato de seus trabalhos e de sua habilidade, em lugar de vir ajudá-lo, e acabando por dizer: “Faça o que fiz”. Segundo ele, a bondade de Deus nada tem em sua fortuna; só a ele o mérito; seu orgulho coloca-lhe uma venda nos olhos e lhes tapa os ouvidos; não compreende que, com toda a sua inteligência e sua habilidade, Deus pode derrubá-lo com uma só palavra.

DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS III/III

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS
PARTE III/III

         Esbanjar a fortuna não é desapego aos bens terrenos, mas negligência e indiferença; o homem, depositário desses bens, não tem mais o direito de dilapidá-los ou de confiscá-los em seu proveito; a prodigalidade não é generosidade, mas, frequentemente, uma forma de egoísmo; aquele que atira ouro a mancheias para satisfazer uma fantasia, não daria uma moeda para prestar serviço.
O desapego aos bens terrenos consiste em apreciar a fortuna pelo seu justo valor, sem saber servir-se dela para outros e não só a si, a não sacrificar por ela os interesses da vida futura, a perdê-la sem murmurar se apraz a Deus vo-la retirar. Se, por reveses imprevistos, vos tornardes outro Job, dizei como ele: “Senhor, vós ma havíeis dado, vós ma haveis tirado; que seja feita a vossa vontade”. Eis o verdadeiro desapego. Sede submissos primeiro; tende fé naquele que vos tendo dado e tirado, pode vos restituir; resisti com coragem ao abatimento, ao desespero que paralisam vossa força; não olvideis jamais, quando Deus vos atingir, que ao lado da maior prova, coloca-o sempre uma consolação. Mas pensai, sobretudo, que há bens infinitamente mais precioso que os da Terra e esse pensamento vos ajudarão a vos desapegar destes últimos. O pouco valor que se atribui a uma coisa faz com que menos sensível seja a sua perda. O homem que se apega aos bens da Terra é como a criança que não vê senão o momento presente; aquele que eles não se prendem é como o adulto que vê as coisas mais importantes, porque compreende estas palavras proféticas do Salvador: Meu reino não é deste mundo.
            O Senhor não ordena abdicar do que se possui, para se reduzir a uma mendicidade voluntária, e tornar-se uma carga para a sociedade; agir assim seria compreender mal o desapego dos bens terrestres; é um egoísmo de outro gênero, porque é se isentar da responsabilidade de que a fortuna a quem lhe parece bom para geri-la em proveito de todos; o rico tem, pois, uma missão que pode tornar bela e proveitosa para ele; rejeitar a fortuna quando Deus vo-la dá, é renunciar ao benefício do bem que se pode fazer em administrando-a com sabedoria. Saber passar sem ela quando não a tem, souber empregá-la utilmente quando a possui, souber sacrificá-la quando isso é necessário, é agir segundo os desígnios do Senhor. Aquele a quem chegue o que se chama de mundo uma boa fortuna, diga a si mesmo: Meu Deus, vós me enviastes um novo encargo, dai-me a força de cumpri-lo segundo a vossa santa vontade.
         Eis, meus amigos, o que eu queria vos ensinar quanto ao desapego aos bens terrestres; resumirei, dizendo: Sabei vos contentar com pouco. Se fordes pobres, não invejeis os ricos, porque a fortuna não é necessária à felicidade; se sois ricos, não olvideis que esses bens vos estão confiados, e que devereis justificar seu emprego, como sendo tutores. Não sejais depositários infiéis, fazendo-os servir à satisfação do vosso orgulho e da vossa sensualidade; não vos creiais no direito de dispor, unicamente para vós, daquilo que não é senão um empréstimo, e não uma doação. Se não sabeis restituir, não tendes o direito de pedir, e lembrai-vos de que dá aos pobres se quita da dívida que contrai com Deus. (LACORDAIRE, Constantina, 1863).
            15. O princípio segundo o qual o homem não é se não o depositário da fortuna que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira-lhe o direito de transmiti-la aos seus descendentes?



         O homem pode perfeitamente transmitir, depois de sua morte, do que gozou durante a vida, porque o efeito desse direito está sempre subordinado à vontade de Deus que pode, quando quiser, impedir sés descendentes de gozá-lo; é assim que se vê desmoronarem fortunas que pareciam solidamente estabelecidas. A vontade do homem em manter sua fortuna na sua descendência é, pois, impotente, o que não lhe tira o direito de transmitir o empréstimo que recebeu, uma vez que Deus o retirará quando julgar conveniente. (SÃO LUÍS, Paris, 1860).

domingo, 9 de outubro de 2011

MUITO SE PEDIRÁ ÀQUELE QUE MUITO RECEBEU

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
AQUELES QUE DIZEM: SENHOR! SENHOR! NÃO ENTRARÃO TODOS NO REINO DOS CÉUS.

Muito se pedirá àquele que muito recebeu.

         10.  O servidor que soube a vontade de seu senhor e que, todavia, não estiver preparado,
e não tiver feito o esperava dele, será batido rudemente;
 mas aquele que não soube sua vontade, e que tiver feito coisas dignas de castigo, será menos punido. Muito se pedirá àquele a quem se tiver muito dado, e se fará prestar maiores contas àqueles a quem se tiver confiado mais coisas. (São Paulo, cap.XII, v.47,48).

sábado, 8 de outubro de 2011

AO HOMEM, SENDO O DEPOSITÁRIO...

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS


         13. Ao homem, sendo o depositário, o gerente dos bens que Deus depositou em suas mãos, lhe será pedida severa conta do emprego que dele tiver em virtude de seu livre arbítrio. O mau emprego consiste em não fazê-los servir senão à satisfação pessoal; ao contrário, o emprego é bom todas as vezes que dele resulta um bem qualquer para outrem; o mérito é proporcional ao sacrifício que se impõe.
A beneficência não é senão um modo do emprego de fortuna; ela alivia a miséria atual: aquieta a fome, preserva do frio e dá asilo àquele que não o tem; mas um dever igualmente imperioso, igualmente meritório, consiste em prevenir a miséria; nisso, sobretudo, está a missão das grandes fortunas, pelos trabalhos de todos os gêneros que podem fazer executar; e devessem elas disso tirar um proveito legítimo, o bem não existiria menos, porque o trabalho desenvolve a inteligência e realça a dignidade do homem sempre confiante em poder dizer que ganhou o pão que come, ao passo que a esmola humilha e degrada. A fortuna concentrada numa só mão deve ser como uma fonte de água viva que derrama fecundidade e bem-estar em torno dela. Oh vós ricos! Se empregardes segundo os desígnios do Senhor, vosso coração, o primeiro, se saciará nessa fonte

Benfazeja; tereis nesta vida os inefáveis gozos da alma em lugar dos gozos materiais do egoísta, que deixaram o vazio no coração. Vosso nome será abençoado sobre a Terra, e quando a deixardes o soberano senhor vos dirigirá a palavra da parábola dos talentos: “Oh bom e fiel servidor, entrai no gozo do vosso Senhor”. Nessa parábola, o servidor que enterrou na terra o dinheiro que lhe foi confiado, não é a imagem dos avarentos entre as mãos dos quais a fortuna é improdutiva?

Se, entretanto, Jesus fala principalmente das esmolas, é porque naquele tempo e naquele país onde ele vivia, não se conheciam os trabalhos que as artes e a indústria criaram depois, e nos quais a fortuna pode ser empregada utilmente para o bem geral. A todos aqueles que podem dar, pouco ou muito, eu direi, pois: Daí esmola quando isso for necessário, mas, tanto quanto possível, convertei-a em salário, a fim de que aquele que a recebe, dela não se envergonhe. (FÉNELON, Alger, 1860)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

QUANDO CONSIDERO A BREVIDADE DA VIDA ...

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

EMPREGO DA FORTUNA


         12. Quando considero a brevidade da vida, fico dolorosamente impressionado pela incessante preocupação da qual o bem-estar material é para vós o objeto, ao passo que legais tão pouca importância e não consagrais senão pouco ou nenhum ao vosso aperfeiçoamento moral que deve vos ser contado para a eternidade. Crer-se-ia, ao ver a atividade que desdobrais que ela se prende a uma questão do mais alto interesse para a Humanidade, enquanto que não se trata, quase sempre, senão em vos esforçar para satisfazer necessidades exageradas, a vaidade, ou vos entregar aos excessos. Quando penas, cuidados e tormentos se inflige, quantas noites sem sono para aumentar uma fortuna, frequentemente, mais do que suficiente! Por cúmulo da cegueira, não é raro ver aqueles a quem um amor imoderado da fortuna e dos gozos que ela proporciona,
sujeita a um trabalho penoso, orgulhar-se de uma existência dita de sacrifícios e de mérito, como se trabalhassem para outros e não para si mesmos. Insensatos! Credes, pois, realmente, que vos será tido em conta os cuidados e os esforços dos quais o egoísmo, a cupidez ou o orgulho são móveis, enquanto que negligenciais o cuidado do vosso futuro, assim como os deveres da solidariedade fraternal impostos a todos os que gozam das vantagens da vida social! Não haveis pensado senão em vosso corpo; seu bem-estar, seus gozos foram o único objeto de vossa solicitude egoísta; por ele que morre, haveis negligenciado vosso Espírito que viverá sempre. Assim, esse senhor tão estimado e acariciado tornou-se vosso tirano; comanda vosso Espírito que se fez seu escravo, Estava aí o objetivo da existência, que Deus vos havia dado?
(UM ESPÍRITO PROTETOR, Cracóvia, 1861).

terça-feira, 4 de outubro de 2011

EMPREGO DA FORTUNA

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

Emprego da Fortuna



         11. Não podeis servir a Deus e Mamon1; retende bem isto, vós a quem o amor do ouro domina, vós que venderíeis vossa alma para possuir tesouros, porque eles podem vos elevar acima dos outros homens e vos dar alegrias das paixões; não, não podeis servir a Deus e a Mamon! Se, pois, sentis vossa alma dominada pelas cobiças da carne, apressai-vos em sacudir o jugo que vos oprime, porque Deus, justo e severo, vos dirá: Que fizeste dispenseiro infiel, dos bens que te confiei? Esse poderoso móvel das boas obras, não fizestes servir senão à tua satisfação pessoal.

         Qual é, pois, o melhor emprego da fortuna? Procurai nestas palavras: “Amai-vos uns aos outros”, a solução do problema; aí está o segredo de bem empregar as riquezas. Aquele que está animado de amor ao próximo, tem sua linha de conduta toda traçada; o emprego que apraz a Deus é o da caridade; não essa caridade fria e egoísta que consiste em derramar em torno de si o supérfluo de uma existência dourada, mas essa caridade cheia de amor que procura o infeliz que o reergue sem humilhá-lo, Rico, dá do teu supérfluo; faze melhor: dá do teu necessário, porque o teu necessário ainda é supérfluo, mas dá com sabedoria. Não repilas o queixume com medo de seres enganado, mas vai do mal; mas vai à fonte do mal; alivia primeiro, informa-te em seguida e vê se o trabalho, os conselhos, a afeição mesma não serão mais eficazes do que tua esmola. Espalha ao redor de ti, com bem-estar, o amor de Deus, o amor ao trabalho e o amor ao próximo. Coloca tuas riquezas sobre um capital que não te faltará jamais e te trará grandes interesses: as boas obras. A riqueza da inteligência deve te servir como a do ouro; espalha ao redor de ti os tesouros da instrução; espalha sobre os teus irmãos os tesouros do teu amor, e eles frutificarão. (CHEVERUS, Bordéus, 1861).

Nota:

 1 - Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Como ser, Mammon representa o terceiro pecado, a Ganância ou Avareza, também é um dos sete princípes do Inferno. Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e "suborna" os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de passáro negro (semelhante ao Abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

OS BENS DA TERRA PERTENCEM A DEUS

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
A VERDADEIRA PROPRIEDADE
Os Bens da Terra Pertencem a Deus.



10. Os bens da Terra pertencem a Deus, que os dispensa à sua vontade, e o homem deles não é senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente. Eles são tampouco a propriedade individual do homem, porque Deus, frequentemente, frustra todo as previsões, e a fortuna escapa daquele que crê possuí-la pelos melhores títulos.
Direis, talvez, que isso se compreende para a fortuna hereditária, mas que não ocorre o mesmo com aquela que se adquiriu pelo trabalho. Sem nenhuma dúvida, se há uma fortuna legítima, é esta, quando adquirida honestamente, porque uma propriedade só é legitimamente adquirida quando, para possuí-la, não se fez mal a ninguém. Será pedida conta de uma moeda mal adquirida, em prejuízo de outrem. Mas o fato de um homem dever sua fortuna a si mesmo leva mais dela em morrendo? Os cuidados que ele toma em transmiti-la aos seus descendentes não são, frequentemente, supérfluos? Por que se Deus não quer que ela lhes cheque às mãos, nada poderá prevalece contra sua vontade. Pode usar e abusar em sua vida, sem ter contas a prestar? Não; em lhes permitindo adquiri-las. Deus pôde querer compensar nele, durante esta vida, seus esforços, sua coragem, sua perseverança; mas se não a fez servir senão à satisfação de seus sentidos ou seu orgulho; se fora para ele que não a possuísse; perde de um lado o que ganhou de outro, anulando o mérito do seu trabalho, e quando deixar a Terra, Deus lhe dirá que já recebeu a sua recompensa. (M. ESPÍRITO PROTETOR, Bruxelas, 1861).

sábado, 1 de outubro de 2011

A VERDADEIRA PROPRIEDADE

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

A VERDADEIRA PROPRIEDADE



         9. O homem não possui de seu senão o que pode levar deste mundo. O que encontra ao chegar, e o que deixa ao partir, goza durante sua permanência na Terra; mas, uma vez que é forçado a abandoná-lo, dele não tem se não o gozo e não aposse real. Que possui ele, pois? Nada daquilo que é para uso do corpo, tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais; eis o que traz e que o se leva, o que não está no poder de ninguém lhe tirar, o que lhe servirá mais ainda no outro mundo do que neste; dele depende ser mais rico em sua partida do que neste; dele depende ser mais rico em sua partida do que em sua chegada, porque daquilo que tiver adquirido em bem depende sua posição futura. Quando um homem vai para um país longínquo, compõe sua bagagem de objetos usáveis no país; não se carrega daqueles que lhe seriam inúteis. Fazei, pois, o mesmo para a vida futura, e fazei provisão de tudo o que poderá nele servir.

         Ao viajor que chega a uma estalagem, se dá um belo alojamento se pode pagá-lo; àquele que pode pouca coisa, se dá um menos agradadável; quanto àquele que nada tem, vai deitar sobre a palha. Assim ocorre com o homem na sua chegada ao mundo dos Espíritos: seu lugar nele está subordinado ao que tem; mas não é com ouro que o paga. Não se lhe perguntará: Quanto tínheis sobre a Terra? Que posição nele ocupais? Éreis príncipe ou operário?  Mas, se lhe perguntará: O que dele trazeis? Não se computará o valor de seus bens nem dos seus títulos, mas a soma das suas virtudes; ora, a esse respeito, o operário pode ser mais rico que o príncipe. Em vão alegará que, antes da sua partida, pegou sua entrada com ouro e se lhe responderá: Os lugares aqui não se compram, eles se ganham pelo bem que se fez; com o dinheiro terrestre, haveis podido comprar campos, casas, palácios; aqui tudo se paga com as qualidades do coração. Sois rico dessas qualidades?

D. Dinis, 6.º Rei de Portugal
O Rei Mouro




Sede benvindo, e ide ao primeiro lugar onde todas as felicidades vos esperam; sois pobre? Ide ao último, onde sereis tratado em razão do que tendes. (PASCAL, Genebra, 1860).

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DESIGUALDADES DAS RIQUEZAS


DESIGUALDADES DAS RIQUEZAS



         8. A desigualdade das riquezas é um esse problemas que se procura resolver, se não se senão a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que todos os homens não são igualmente ricos? Não o são por uma razão muito simples: é que eles não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Aliás, é um ponto matematicamente demonstrado que a fortuna, igualmente repartida, daria a cada qual uma parte mínima e insuficiente: que, supondo-se essa repartição feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, cada um tendo apenas do que viver, isso seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que ocorrem para o progresso e o bem-estar da Humanidade; que, supondo-se que ela desse a cada um o necessário, não haveria mais o aguilhão (Tudo aquilo que incita a agir; estímulo: a glória é um poderoso aguilhão) que compele às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é porque daí ela se derrama em quantidade suficiente segundo as necessidades.

         Admitindo isso, pergunta-se por que Deus e dá a pessoas incapazes para fazê-la frutificar para o bem de todos. Aí ainda está uma prova de sabedoria e da bondade de Deus. Dando ao homem o livre arbítrio, quis que ele alcançasse, por sua própria experiência, a distinção do bem e do mal, e que a prática do bem fosse o resultado dos seus esforços e da sua própria vontade. Ele não deve ser conduzido fatalmente, nem para o bem nem para ao mal, sem o que não seria senão um instrumento passivo e irresponsável, como os animais. A fortuna é um meio de prová-lo moralmente; mas como, ao mesmo tempo, é um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que ela fique muito tempo improdutiva e, por isso, a desloca incessantemente. Cada um deve possuí-la para experimentar servir-se dela, e provar o uso que dela sabe fazer; mas como há a impossibilidade material de que de todos a tenham ao mesmo tempo; que, aliás se todo mundo possuísse, ninguém trabalharia e o aprimoramento do globo com isso sofreria, cada um possui a seu turno: quem não tem hoje, já a teve ou terá numa outra existência, e quem tem agora, poderá não tê-la mais amanhã. Há ricos e pobres porque Deus sendo justo, cada um deve trabalhar a seu turno; a pobreza é para uns a prova da paciência e da resignação; a riquezas é para outros a prova da caridade e da abnegação.

         Deplora-se com razão o lamentável uso que certas pessoas fazem de sua fortuna, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e se pergunta se Deus é justo em dar a riqueza a tais pessoas. É certo que se o homem não tivesse senão uma só existência, nada justifica essa repartição dos bens da Terra; mas se, em lugar de limitar a visão à vida presente, considerar-se o conjunto das existências, vê-se que motivo para acusar a Providência, nem para invejar os ricos não têm mais do que se glorificar pelo que se possuem. Se dela abusam, não será nem com os decretos, nem com as leis suntuárias1, que se remediará o mal; as leis podem, momentaneamente mudar o exterior, mas não podem mudar o coração; por isso, elas não têm senão uma duração temporária, e são sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A fonte do mal está no egoísmo e no orgulho; os abusos de toda espécie cessarão por si mesmos quando os homens se regerem pela lei da caridade.



NOTA: 1- LEIS SUNTUÁRIAS
Na era medieval os Éditos Santuários serviam para impedir as classes pobres de se vestirem como os nobres, visando monopolizar o poder e dificultar, para não dizer impedir, a mobilidade entre as classes sociais e principalmente enfatizar uma hierarquia das condições.
Imagem do Blog Missixty

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

UTILIDADE PROVIDENCIAL DA FORTUNA

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

UTILIDADE PROVIDENCIAL DA FORTUNA




         7. Se a riqueza devesse ser um obstáculo absoluto à salvação daqueles que a possuem, assim como poderia inferir de certas palavras de Jesus interpretadas segundo a letra e não segundo o espírito, Deus, que a dispensa, teria colocado nas mãos de alguns um instrumento de perdição sem recursos, pensamento que repugna à razão. A riqueza, sem dúvida, é uma prova muito difícil, mais perigosa que a miséria pelos seus arrastamentos, as tentações que dá e a fascinação que exerce; é o excitante supremo do orgulho da vida sensual; é o laço mais poderoso que liga o homem à Terra e afasta seus pensamentos do céu; produz uma tal vertigem que se vê, frequentemente, aquele que passa da miséria à fortuna esquecer depressa sua primeira posição, aqueles que a partilham, aqueles que o ajudaram e tornasse insensível, egoísta, e vão. Mas do fato de tornar o caminho difícil, não se segue que o torne impossível, e não possa tornar-se um meio de salvação, nas mãos daqueles que dela sabe se servir, como certos venenos podem devolver a saúde, se são empregados a propósito e com discernimento.

         Quando Jesus disse ao Jovem que o interrogou sobre nos meios de ganha a vida eterna: “Desfazei-vos de todos os vossos bens e segui-me”, ele não entendia estabelecer como princípio absoluto que cada um deva se despojar daquilo que possui, e que a salvação só tem esse preço, mas mostrar que o apego aos bens terrestres é um obstáculo à salvação.
Esse jovem, com efeito, se acreditava quite porque tinha observado certos mandamentos e, todavia, recua ante a idéia de abandonar seus bens; seu desejo de obter a vida eterna não ia até esse sacrifício.

         A proposição que Jesus lhe fez era uma prova decisiva para pôr a descoberto o fundo do seu pensamento; ele podia, sem dúvida, ser um perfeito homem honesto, segundo o mundo, não fazer mal a ninguém, não maldizer seu próximo, não ser vão nem orgulhoso, honrar a seu pai e sua mãe; mas não tinha a verdadeira caridade, porque sua virtude não ia até a abnegação. Eis o que Jesus quis demonstrar; é uma aplicação do princípio: Fora da caridade não há salvação.

         A consequência dessas palavras, tomadas em sua acepção rigorosa, seria a abolição da fortuna como nociva à felicidade futura, e como fonte de uma multidão de males na Terra, e seria, além disso, a condenação do trabalho que a pode obter; consequência absurda que conduziria o homem à vida selvagem, e que, por isso mesmo, estaria em contradição com a lei do progresso, que é uma lei de Deus.


Pedro Abelardo - Filosofo Francês

         Se a riqueza é a fonte de muitos males, se ela excita tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, é preciso tomar não a coisa, mas ao homem que dela abusa, como abusa os todos os dons de Deus; pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser mais útil; é a conseqüência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza não devesse produzir senão o mal, Deus não a teria colocado sobre a Terra; cabe ao homem dela extrair o bem. Se ela não é elemento direto do progresso moral, é, sem contrapartida, um poderoso elemento de progresso intelectual.

         Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pelo aprimoramento material do globo; deve desbravá-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta; para alimentar essa população que cresce sem cessar, é preciso aumentar a produção; se a produção de uma região é insuficiente, será preciso ir procurá-la fora. Por isso mesmo; as relações de povo a povo tornaram-se uma necessidade; para as tornar mais fáceis é preciso destruir os obstáculos materiais que as separam, tornar as comunicações mais rápidas. Para esses trabalhos, que são a obra dos séculos, o homem teve de tirar materiais até das entranhas da terra; procurou na Ciência os meios de executá-los mais segura e rapidamente; mas para realizá-los lhe foram preciso recursos: a necessidade fê-lo criar riqueza, como o fez descobrir a Ciência. A atividade, necessitada por esses mesmos trabalhos, aumenta e desenvolve sua inteligência; essa inteligência, que ele concentra primeiro na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. A riqueza, sendo o primeiro meio de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, não mais atividade, nem estímulo, nem pesquisas; é pois razão, considerada um elemento de progresso.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     






quarta-feira, 28 de setembro de 2011

PARÁBOLA DOS TALENTOS

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

PARÁBOLA DOS TALENTOS




6. O senhor age como um homem que, devendo fazer uma longa viagem para fora do país, chamou seus servidores e lhes colocou nas mãos seus bens. E tendo dado cinco talentos a um, dois a outro e um a outro, segundo a capacidade diferente de cada um, logo partiu. Aquele, pois, que tinha recebido cinco talentos, foi-se embora; negociou com seu dinheiro e ganhou cinco outros. Aquele que havia recebido dois, ganhou da mesma forma outros dois. Mas havia aquele que não havia recebido senão um foi cavar na terra e aí escondeu o dinheiro do seu serviço do seu senhor. 


Muito tempo depois, o senhor destes servidores tendo retornado, pediu-lhes conta. E aquele que havia recebido cinco talentos veio lhe apresentar outros, dizendo-lhe: Senhor, me havíes colocado cinco talentos nas mãos, eis aqui cinco outros que ganhei. Seu senhor lhe respondeu: Bom e fiel servidor, porque fostes fiel em pouca coisa eu vos estabelecerei sobre muita outras; entrai no gozo do vosso Senhor. Aquele que havia recebido dois talentos veio logo se apresentar a ele, dizendo-lhe: Senhor, me avieis colocado dois talentos nas mãos, eis aqui outros que ganhei. Senhor, me havíeis colocado dois talentos nas mãos, eis aqui outros que ganhei. Seu senhor lhe respondeu: Bom e fiel servidor, porque fostes fiel em pouca coisa, eu vos estabelecerei sobre muitas outras; entrai no gozo do vosso Senhor.

 Aquele que não havia recebido senão um talento, veio em seguida e lhe disse: Senhor, sei que sois um homem duro, que ceifais onde não haveis semeado, e colheis onde nada haveis empregado; por isso, como eu o temia, escondi vosso talento na terra; ei-lo, restituo o que é vosso. Mas seu senhor lhe respondeu: Servidor mau e preguiçoso, sabíeis que ceifo onde não semeei, e que colho onde nada empreguei, devíeis, pois, colocar meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, no meu retorno, eu retirasse com juro o que era meu. Que se retire, pois, o talento que tem, e dêem-no àquele que tem dez; porquanto dar-se-á a todos aqueles que já têm, e eles serão cumulados de bens; mas, para aquele que não tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que pareça ter, e que se lance esse servidor inútil nas trevas exteriores; ali haverá choros e ranger de dentes. (São Mateus, cap. XXV, v.de 14 a 30).