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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A BENEFICÊNCIA

A BENEFICÊNCIA
Capítulo XIII



11. A beneficência, meus amigos, vos dará nesse mundo as mais puras e as mais doces alegrias do coração que não são perturbadas nem pelo remorso, nem pela indiferença. Oh! Pudésseis compreender tudo o que encerra de grande e de suave a generosidade das belas almas, esse sentimento que faz com que se olhe outrem com o mesmo olhar com o qual se olha a si mesmo, que se desnude com alegria para vestir seu irmão. Pudésseis, meus amigos, não ter mais doce ocupação que a de fazer os outros felizes! Quais são as festas do mundo que podereis comparar a essas festas alegres, quando, representantes da Divindade, entregais a alegria a essas pobres famílias que não conhecem da vida senão as vicissitudes e as amarguras; quando vedes de súbito esses semblantes decorados iluminarem-se de esperança, porque não tinham pão; esses infelizes e suas crianças, ignorando que viver é sofrer, gritavam, choravam e repetiam estas palavras que penetravam, como agudo punhal, no coração materno: Eu tenho fome!...Oh! Compreendei quanto são deliciosas as impressões daqueles que vê renascer a alegria onde, um instante antes, não via senão desespero! Compreendei quais são as vossas obrigações para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro das misérias ocultas, sobretudo, porque são as mais dolorosas. Ide, meus bem amados, e lembrai-vos destas palavras do Salvador: “Quando vestirdes um desses pequeninos, pensai que é a mim que o fizeis!”

Caridade! Palavra sublime que resume todas as virtudes, tu deves conduzir os povos à felicidade; em te praticando, eles criaram para si alegrias infinitas para o futuro, e, durante seu exílio na Terra, tu será sua consolação, o antegozo das alegrias que gozarão mais tarde quando se abraçarão todos juntos no seio do Deus do amor. Fostes tu, virtude divina, que me proporcionastes os únicos momentos de felicidade que desfrutei sobre a Terra. Possam meus irmãos encarnados crer na voz do amigo que lhes falta e lhes diz: É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio contra as aflições da vida. Oh! Quando estiverdes a ponto de acusar Deus, lançai um olhar abaixo de vós; vede quanta miséria a aliviar; quantas pobres crianças sem família; quantos velhos que não têm mais uma só mão amiga para socorrê-los e lhes fechar os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a fazer! Oh não vos lamenteis; mas, ao contrário, agradecei a Deus, e prodigalizai a mancheias vossa simpatia, vosso amor, vosso dinheiro e todos aqueles que, deserdados dos bens desse mundo, definham no sofrimento e no isolamento. Colhereis nesse mundo alegrias bem suaves, e mais tarde... só Deus o sabe!... (ADOLFO, bispo de Argel, Bordéus, 1861).

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