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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PELOS OBSIDIADOS

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

PELOS OBSIDIADOS






                81. PREFÁCIO. A obsessão é a ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, desde a simples influência moral, sem sinais exteriores sensíveis, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Ela oblitera (Apagar, destruir progressivamente com o uso; suprimir. Fazer esquecer, ficar esquecido. Todas) todas as faculdades mentais; na mediunidade escrevente, se traduz pela obstinação de um Espírito em se manifestar, com exclusão de todos os outros.

         Os maus Espíritos pululam ao redor da Terra, em conseqüência da inferioridade moral dos seus habitantes. Sua ação malfazeja faz parte dos flagelos dos quais a Humanidade é alvo neste mundo. A obsessão, como as doenças, e todas as tribulações da vida, devem, pois, ser considerada como prova ou expiação, e aceita como tal.

         Da mesma forma que as doenças são o resultado de imperfeições físicas que tornam o corpo acessíveis às influências perniciosas exteriores, a obsessão é sempre o resultado de uma imperfeição moral que expõe a um mau Espírito. A uma causa física se opõe uma força física: uma causa moral é preciso opor uma força moral. Para preservar das doenças, fortificar-se o corpo; para se garantir da obsessão é preciso fortalecer a lama; daí, para o obsidiado, a necessidade de trabalhar pela própria melhoria, o que basta, o mais frequentemente, para livrá-lo do obsessor, sem o socorro de pessoas estranhas. Esse socorro torna-se necessário quando a obsessão degenera em subjugação e em posseção, porque, então, o paciente perde, por vezes, sua vontade e seu livre arbítrio.

A obesseção é quase sempre o resultado de uma vingança exercida por um Espírito, e que, o mais frequentemente, tem sua origem nas relações que obsidiado teve com ele numa precedente existência. (Ver Cap.X nº 6; cap.XII, nº 5, 6).

Nos casos de obsessão grave o obsidiado Está como envolvido e impregnado de um fluído pernicioso que neutraliza a ação dos fluídos salutares e os repele è desse fluído que é preciso desembarcá-lo; ora, um mau fluído não pode ser repelido por um mau fluído. Por uma ação idêntica à do médium curador nos casos de doenças, é preciso expulsar o fluído mau com a ajuda de um fluído melhor que produza, de alguma sorte, o efeito de um reativo. Essa é a ação mecânica, mas que não basta; é preciso também, e sobre tudo, agir sobre o ser inteligente com o qual é preciso ter o direito de falar com autoridade, e essa autoridade não é dada senão pela superioridade moral; quanto; quanto mais é grande, maior é a autoridade.

Ainda não é tudo; para assegurar a libertação, é preciso levar o Espírito perverso a renunciar aos seus maus desígnios; é preciso fazer nascer nele o arrependimento e o desejo do bem, com a ajuda de instruções habilmente dirigidas, nas evocações particulares feitas com vistas à sua educação moral; então, pode-se ter a dupla satisfação de livrar um encarnado e converter um Espírito imperfeito.


A tarefa torna-se mais fácil quando o obsidiado, compreendendo sua situação, traz seu concurso de vontade e de prece; não ocorre assim quando este, seduzido pelo Espírito enganador, ilude-se sobre as qualidades daquele que o domina, e se compraz no erro em que este último o mergulha; porque então, longe de secundar, ele repele todas as assistências. È o caso da fascinação sempre infinitamente mais rebelde do que a subjugação mais violenta. (O Livro dos Médiuns, cap. XXIII)



Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar para agir contra o Espírito obsessor.


82. PRECE. (para ser pronunciada pelo obsidiado). Meu Deus, permiti aos bons Espíritos livrar-me do Espírito malfazejo ligado a mim. Se for vingança, que exerce por injustiças que eu terei feito outrora para com ele, vós o permitis, meu Deus, para minha punição, e eu suporto as conseqüências da minha falta. Possa meu arrependimento merecer vosso perdão e minha libertação! Mas, qualquer que seja seu motivo, peço para ele a vossa misericórdia; dignai-vos facilitar o caminho do progresso que o desviará do pensamento de fazer o mal. Possa eu, de minha parte, retribuir o mal com o bem, conduzi-lo a melhores sentimentos.

Mas, eu sei também, ó meu Deus que são minhas imperfeições que me tornam acessível às influências dos Espíritos imperfeitos. Dai-me a luz necessária para reconhecê-las; combatei, sobretudo, em mim o orgulho que me cega sobre meus defeitos.

Qual não deve ser minha indignidade, uma vez que um ser malfazejo pode me senhorear!

Fazei, ó meu Deus, que esse revés para a minha vaidade me sirva de lição para o futuro; que ela me fortaleça da caridade e da humildade, a fim de opor, de hoje em diante, uma barreira às más influências.

Senhor, daí a força de suporte esta prova com paciência e resignação; eu compreendo que, como todas as outras provas, ela deve ajudar o meu adiantamento se não perder-lhe o fruto com meus murmúrios, uma vez que me fornece ocasião de mostrar minha submissão e de exercer uma caridade para com um irmão infeliz, perdoando-lhe o mal que me fez. (Cap. XII, nº 15 e seguintes 46,47).




83. PRECE. (Para o obsidiado). DEUS Todo-Poderoso, dignai-vos daí me o poder de libertar N...do Espírito que o obsidia; se entra em nosso desígnios pôr termo a essa prova , concedei-me a graça de falar a esse Espírito com toda a autoridade.

Bons Espíritos que me assitis, e vós, seu anjo guardião, presta-me vosso concurso; ajudai-me a desembaraçá-lo do fluido impuro do qual está envolvido.

Em nome de Deus todo- Poderoso, eu abjuro o Espírito malfazejo que atormenta a se retirar.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPERITISMO.
Prece



84. PRECE. (Para o Espírito obsessor). Deus infinitamente bom, imploro a vossa misericórdia para o Espírito que obisidia N...; fazei-o entrever as divinas claridades, a fim que ele veja o falso caminho em que está empenhado. Bons Espíritos, ajudai-me a fazê-lo compreender que tem tudo a perder fazendo o mal, e tudo a ganhar fazendo o bem.

Espírito que vos comprazeis em atormentar N... , escutai-me porque eu vos falo em nome de Deus.
Se quiser refletir, compreendereis que o mal não pode impor-se ao bem, e que não podereis ser mais forte do que Deus e os bons Espíritos.

Eles teriam podido preservar N.... de todo golpe da vossa parte; se não fizeram, foi porque ele (ou ela) tinha uma prova a suportar. Mas quando essa prova tiver acabado, vos tirarão toda ação sobre ele; o mal que lhe tendes feito, em lugar de prejudicá-lo, servirá para o seu adiantamento, e com isso não serão mais feliz; assim vossa maldade terá sido uma pura perda para vós e reverterá contra vós.
Deus, que é todo-poderoso, e os Espíritos superiores seus delegados, que são mais poderosos do que vós, poderão, pois, pôr fim a essa obsessão quando quiserem, e vossa tenacidade se quebrará diante dessa suprema autoridade. Mas, pelo fato mesmo de que Deus é bom, ele quer vos deixar o mérito de cessá-la de vossa própria vontade. É uma moratória que é concedida; se não aproveitais, sofrereis suas deploráveis conseqüências; grandes castigos e cruéis sofrimentos vos esperam; sereis forçado a implorar a piedade e as preces da vossa vítima, que vos perdoa e ora por vós, o que é um grande mérito aos olhos de Deus, e apressará sua libertação.

Refleti, pois, enquanto é tempo ainda, porque a justiça de Deus se abaterá sobre vós como sobre os Espíritos rebeldes. Pensai que o mal que fazeis neste momento terá forçosamente um fim, enquanto que, se persistis no vosso endurecimento, vossos sofrimentos irão aumentando sem cessar.

Quando estáveis sobre a Terra, não tereis achado estúpido sacrificar um grande bem por pequena satisfação de um momento? Ocorre o mesmo agora que sois Espírito. Que ganhais com o que fazei? O triste prazer de atormentar alguém, o que não vos impede de ser infeliz, o que quer que possais dizer, vos tornará mais infeliz ainda.

Ao lado disso, vede o que perdeis; olhai os bons Espíritos que vos cercam e vede se sua sorte não é preferível à vossa. A felicidade que eles gozam será vosso quinhão quando quiserdes. O que é preciso para isso? Implorar a Deus e fazer o bem, em lugar de fazer o mal. Eu sei que não podeis vos transformar de repente; mas Deus não pede o impossível; o que ele quer é a boa vontade. Experimentais, pois, e vos ajudaremos. Fazei com que logo possamos dizer por vós a prece pelos Espíritos arrependidos, até que possais estar entre os bons.

(ver também nº 75, a prece pelos Espíritos endurecidos).

Nota: A cura das obsessões graves requer muita paciência, perseverança e devotamento; ela exige também tato e habilidade para conduzir ao bem Espíritos, frequentemente, muito perversos, endurecidos e astuciosos, porque há rebeldes em último grau; na maioria dos casos, é preciso ser guiar segundo as circunstâncias; mas, qualquer que seja o caráter do Espírito, é um fato certo que não se obtém nada pela violência ou pela ameaça; toda influência esta na ascendência moral. Uma verdade, igualmente constatada pela experiência, assim como pela lógica, é a completa ineficácia de exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, amuletos, talismãs, práticas exteriores ou sinais materiais quaisquer.

A obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas, e requerer, por vezes, um tratamento simultâneo ou consecutivo, seja magnético, seja médico, para restabelecer o organismo. A causa estando destruída, resta a combater os efeitos. (ver o livro dos médiuns, cap. XXIII; Da obesessão. – Revista Espírita, fevereiro e março de 1864; abril 1865; exemplos de curas de obsessões)








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