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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS - A PIEDADE

Instruções dos Espíritos

A PIEDADE
                      

        


         A piedade é a virtude que mais vos aproxima dos anjos; é a irmã da caridade, que vos conduz até Deus. Ah! Deixai vosso coração se enternecer diante das misérias e dos sofrimentos dos vossos semelhantes; vossas lágrimas são um bálsamo que aplicais sobre suas feridas, e quando, por uma doce simpatia, vindes a lhes restituir a esperança e a uma doce simpatia, vindes a lhes restituir a esperança e a resignação, que encantos experimentais! Esse encanto é verdade, tem certo amargor, porque nasce ao lado da infelicidade; mas se não tem a agrura dos gozos mundanos, não tem as pungentes decepções do vazio que estes deixam atrás de si; há uma suavidade penetrante que alegra a alma. A piedade, uma piedade bem sentida, é amor; o amor é devotamento; o devotamento é o esquecimento de si mesmo; e esse esquecimento, essa abnegação em favor dos infelizes, é a virtude por excelência a que praticou em toda sua vida o Divino Messias, e que ensinou em sua doutrina tão santa e tão sublime. Quando essa doutrina retornar à sua pureza primitiva, e for sentida por todos os povos, dará felicidade a Terra, nela fazendo reinar, em fim, a concórdia, a paz o amor.

         O sentimento, mais próprio para vos fazer progredir, domando vosso egoísmo e vosso orgulho, o que dispõe vossa alma à humildade, à beneficência e ao amor do próximo, é a piedade! Essa piedade que vos comove até as entranhas diante dos sofrimentos de vossos irmãos, que vos faz lhes estender a mão segura e vos arranca lágrimas de simpatia. Portanto, não sufoqueis vossos corações essa emoção celeste, não façais como esses egoístas endurecidos que se distanciam dos aflitos, porque a visão de sua miséria perturbaria por instante sua alegre existência; temei permanecer indiferente quando puderdes ser úteis. A tranqüilidade comprada ao preço de uma indiferença culpável, é a tranquilidade do Mar Morto, que esconde no fundo de suas águas o lodo fétido e a corrupção.

         Quando a piedade está longe, entretanto, de causar a perturbação e o aborrecimento com os quais se apavora p egoísta! Sem dúvida, a alma experimenta, ao contato da infelicidade alheia, e voltando-se para si mesma, um abalo natural e profundo que faz vibrar todo vosso ser e vos afeta penosamente; mas a compensação será grande quando vierdes a restituir a coragem e a esperança a um irmão infeliz que emociona com a pressão da mão amiga, e cujo olhar, ao mesmo tempo úmido de emoção e de reconhecimento, se volta docemente para vós antes de se fixar no céu agradecendo por lhe haver enviado um consolador, um apoio. A piedade é a melancólica, mas celeste precursora da caridade, essa primeira virtude prepara e enobrece. (MICHEL, Bordéus, 1862).

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